sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Halloween

  Halloween aqui é que nem Carnaval no Brasil. Pretexto para se vestir do jeito que você quer. Eu me sinto exatamente como no filme "Meninas Malvadas". No caso eu sou a Lindsay Lohan. Eu sei, eu sei...
Eu quero é me vestir de alguma coisa bem horrenda e nojenta, botar uma maquiagem que as pessoas olhem para mim e pensem que eu acabei de sair de um filme de terror da década de 50. Daqueles filmes bem mal-feitos mesmo. Mais horripilante impossível. 
Tudo bem, tudo bem, palhaços e marionetes ganham de mil em filmes de terror antigos. Mas se eu me vestir de palhaço nem vou conseguir me olhar no espelho sem ter um ataque do coração.
Mas então... amanhã é Halloween aqui, e todas as roupas do mundo aparentemente conseguem ter uma versão 'sluty', e isso é bem engraçado. Todas as meninas que são boas meninas não se sentem mal em se vestir desse jeito. Tudo bem, eu até acho isso bem compreensível. Vamos lá, todo aquele papo de hormônios à flor da pele, juventude, inconsequência, irresponsabilidade, se divertir sem pensar no amanhã, blablablá.
Mas agora... Não quando a temperatura ambiente é de cinco graus celcius. Por favor. Tá, no Brasil chove mulher pelada andando na rua no Carnaval... Mas pelo menos lá é quente.
Eu não tenho fantasia. Vou inventar alguma coisa no dia. Tenho uma prova no sábado, das 7 às 9 da noite. Era para eu estar estudando agora, eu sei, eu sei. 
Enfim... Como estava dizendo, vou inventar alguma coisa no dia. Comprei maquiagem para o Halloween (na loja de um dólar caso meus pais resolvam ler isso) e meus amigos me compraram uma peruca. Eu tenho uma dentadura de vampiro, mas ela é tão grande que eu fico parecendo um gorila troglodita com ela na boca. E ela tem três incisivos também, o que é super estranho.
Meu andar ganhou a competição de decoração mais assustadora para o Halloween. Eles arranjaram som de trovão e luzes e colocaram no corredor, e ele estava todo coberto de pano negro e fizeram até um labirinto no meio. Tinham teias de aranha falsas também. E alguns coleguinhas legais do andar se voluntariaram para agarrar o seu pé enquanto você passava, o que também foi muito.. divertido. 
Ahm. É. Vou-me estudar. Mecanismos de recombinação genética me esperam.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

american pie

- Desculpa.
- Não, está tudo bem.
- Aqui estão seus livros.
- Obrigada.
- Desculpa perguntar... aonde você está indo agora?
- Por que você quer saber?
- Se você pudesse fazer alguma coisa agora. Qualquer coisa. O que você faria?
- Eu nem te conheço...
- Espera. Só me responde isso.
- Desculpe, tenho que ir...
- Então eu respondo antes. Você quer saber o que eu faria?
- Bem, na verdade...
- Eu faria as pessoas dançarem. Agora é a sua vez.
- Por que?
- Porque eu já respondi. Sua vez.
- Não. Por que você faria as pessoas dançarem?
- Talvez elas ficassem felizes. E talvez essa felicidade durasse apenas alguns segundos. Mas elas seriam felizes, pelo menos naquele momento.
- O que lhe faz pensar que isso as fariam felizes?
- Você acredita em música?
- Acredito.
- Acredita que música pode salvar sua alma?
- Acredito em Deus.
- O que a Bíblia lhe disse?
- Sobre o amor.
- Bobagem.
- Então você escreveu o "livro de regras do amor"?
- Não há regras no amor.
- Mas há música..?
- Sim.
- ...?
- Você já viu um casal de amantes dançando? Quando ambos são jovens e dançam sozinhos em um ginásio... A música é lenta.
- Eles tiram os sapatos?
- Eles se amam.
- Mas não há música no ginásio.
- É como se a música estivesse morta. Só estivesse ali em espírito. Entende?
- Não...
- A música vem de nós. Você está com frio?
- Me empresta?
- Minha música? 
- Seu casaco.
- Ah.
- O que aconteceria?
- Já disse.
- Se a música morresse, quero dizer.
- Os poetas parariam de sonhar. As crianças gritariam. Os amantes chorariam. Eu beberia whiskey e centeio com velhos amigos. Nenhuma palavra seria dita. Talvez eu chorasse. Procuraria uma menina que cantasse para mim. Mas ela olharia nos meus olhos e me daria as costas.
- Quem é ela?
- Ela é da geração perdida.
- E se ela fosse um anjo?
- Nem mesmo um anjo nascido no inferno quebraria essa maldição. 
- Que música você houve?
- Gosto de rock. E blues.
- Eu também. 
- Qual o seu nome?
- Julia.
- Prazer, Tiago. Agora que você está com o meu casaco... Me acompanha?
- Tudo bem. Se você quiser eu posso cantar para você.
- Legal. Mas antes... é sua vez. Se você pudesse fazer qualquer coisa... O que faria?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Romance

" - O amor feliz não tem história na literatura Ocidental. A felicidade dos amantes só nos comove pela expectativa da infelicidade que os ronda. 
Sem sofrimento não há romance. O romance de Tristão e Isolda tornou-se modelo de todas as histórias de amor até hoje. Os amantes se amam, mas não conseguem superar os obstáculos e serem felizes. 
Esse é o segredo do sucesso de Tristão e Isolda e foi isso que os poetas europeus da Idade Média descobriram. O amor recíproco-infeliz. 

- Amor recíproco infeliz não existe. O único sofrimento de amor é não ser correspondido. Eu já sou feliz só por você gostar de mim.

- Ah, mas é muito fácil gostar de você.
(...)
- A pessoa que a gente se apaixona é sempre uma invenção..." 



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

IT'S FUCKING SNOWING MAN!

E a gente está em outubro.

As folhas nem cairam ainda direito. 
Nem estão tão vermelhas/laranjas/amarelas em um dergadê bonito. Mal começou o outono... 

E já está fucking snowing.

domingo, 11 de outubro de 2009

praticidade

Eu gosto de escrever textos que são lidos rápidos. Assim. Facinho de ler, seus olhos não desgrudam do papel, não precisam voltar pra ler o que estava escrito antes para ver se o que foi escrito se conecta de verdade com o que foi escrito depois. Hoje em dia tudo é assim. Tem que ser assim. Rápido.

E eu sou uma leitora muito lerda. Amo ler. Mas levo séculos pra terminar de ler um livro. Sabe por que? As pessoas quando escrevem um livro realmente se importam com a escolha das palavras para a construção de uma idéia. Uma só sentença às vezes leva horas para ser bem arquitetada, para passar exatamente o que o autor pretendia passar dentro de sua cabeça. Eu gosto de ler devagar só para tentar ficar acertando sozinha quais foram as frases que foram bem trabalhadas naquele texto. As frases que foram escritas com o objetivo de que você, caro leitor, parasse nela, seus olhos se vidrassem, você refletisse por alguns segundos, desse um sorriso de meia-boca/gargalhasse/discordasse/concordasse/levantasse as sobrancelhas/fechasse o livro e decidisse que nunca mais continuará a lê-lo.

Porque, na verdade, é disso que um texto é feito. De frases sensacionais e um bando de outras coisas que servem de ligantes entre essas frases e que existem pura e simplesmente para que o texto faça sentido.

E eu só resolvi escrever isso porque eu acabei de ler um texto que achei realmente incrível. Isso sempre acontece comigo. Acho que talvez eu seja extremamente persuasível e manipulável. Mas só talvez. Sempre que eu leio alguma coisa que acho muito boa tenho vontade de escrever depois. Não é tipo: quero ser que nem essa pessoa e escrever um texto melhor que o dela. É como uma inspiração mesmo. Acontece o mesmo comigo quando vejo um desenho muito bonito. Sempre pipoca alguma idéia fenomenal, na maioria das vezes que não tem nada a ver com o que eu acabei de ver/ler. Não que esse texto que escrevo seja de uma idéia fenomenal. Mas esse pensamento é bem recorrente, entonces resolvi deixar nota.

O que quero dizer é que pessoas sempre são grandes inspirações para outras pessoas. Idéias inspiram idéias, e assim por diante. Pelo menos comigo isso funciona. E é por isso que eu leio tudo com cuidado. E é por isso que eu gosto de textos rápidos.