Eu sou tão igual às outras pessoas. Os dramas humanos são, indubitavelmente, os mesmos. Eu tenho certeza absoluta que meus medos são compartilhados por uma grande maioria. Passar no vestibular, não encontrar alguém até os 30, pressão diante grandes escolhas, falar em público, ser assaltada na rua, morte.
Eu reclamo, falo mal das coisas que os outros fazem, rio da cara deles. E faço as mesmas coisas que eles fazem.
A gente nunca aprende com os erros dos outros, só com os nossos.
E às vezes nem com os nossos.
A gente chega a ser tão repetitivo que isso me dá náuseas quando eu paro pra pensar. Em todas as histórias de aventura, de amor, suspense.
É cada vez mais difícil se surpreender com as coisas do dia-a-dia.
E mesmo assim a gente ainda chora quando vê coisas belas, ri das mesmas piadas.
Como começamos uma conversa com uma pessoa desconhecida? Como conseguimos compreender a trama e as ações e decisões tomadas por personagens em um filme Japonês? A gente pensa as mesmas coisas. Nossa mente está todo dia, a todo momento, matutando alguma coisa. Seria ou não a maior parte dos pensamentos partilhada?
Não seríamos todos nós capazes de ter as mesmas idéias, os mesmos pensamentos?
Aquela primeira pessoa que pensou certa coisa deveria ter o crédito, mesmo que todas as circunstâncias as quais ela se encontrava fossem propícias para aquele pensamento cedo ou tarde florir?
Nós somos tão iguais. Somos tão ridiculamente iguais.
E mesmo assim não gostamos de todas as pessoas, nosso jeito não bate com o de todo mundo, não nos apaixonamos por qualquer um.
Num planeta com mais de 6,6 bilhões de habitantes, só de gente parecida.
E a gente pode passar uma vida inteirinha só querendo saber de uma única e simples pessoa.
Engraçado.
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