Estavam a esperar o sinal abrir. A babá carregava os dois pequenos, um em cada mão. Seria o primeiro dia de aula? O menino de uns seis anos carregava consigo uma mochila gigantesca, de porte maior que o seu, como hoje em dia costumam fabricar, daquelas de rodinha de plástico, com algum super-herói da moda estampado atrás. Na outra mão da babá, pendurava-se a menina, uns dois anos mais nova, a merendeira rosa pendendo nas costas.
Inquieto, o menino equilibrava-se no meio-fio. O sinal abriu, e juntos, os dois foram guiados pela babá. Ao descer do meio fio, a mochila de rodinha quicou no asfalto, desprendendo-se então da mão do menino, sem que ele notasse. Sem que isso o perturbasse, continuou o percurso sem a mochila e sem sentir sua falta.
A menina, a primeira a notar o ato distraído do irmão desatento, começou a gritar no meio da rua, puxando a babá, apontando freneticamente para a mochila, reclamando com o irmão.
No alvoroço, a babá se esforçava apreensiva e inutilmente. Uma cega tentativa de segurar duas crianças na pista e de resgatar uma mochila esquecida.
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